6 de novembro de 2010

Sobre a gelada chuva de novembro

De volta a 2004, onde eu passava madrugadas inteiras no computador, colocando meu coração em blogs, sendo tão explicita como eu jamais poderei voltar a ser, inocencia de criança, que achava que a melhor maneira de lidar com os problemas é exorcizando os demonios, olhando pela janela e vendo a chuva que caia ao som de November Rain. Hoje seis anos se passaram. Estou mais velha, mas não necessáriamente mais sábia. Provavelmente devo estar sim mais sábia, acho que aprendi com muitos erros passados, mas algumas coisas não mudam nunca, como a inspiração de um mês de novembro, que sempre traz um coração partido e a chuva, que vem pra limpar a alma e preparar terreno para as próximas coisas que vem vindo. O arco íris.

Eu amo fim de ano, começando justamente nesse mes, que sempre me parece nublado e preto e branco, mesmo quando estou embaixo de um sol, molhando os pés no mar. Dezembro me remete a minha infância, a arvore, trocas de presentes, jantares na casa do meu tio no dia 24 e almoços no dia 25 aqui em casa. Fim de ano, lista de coisas a fazer, coisas que passam despercebidas após janeiro. E o ano se repete, e chegamos novamente a novembro, passando por todas as outras coisas que vem antes disso.

Com um coração sentimental me ponho a fazer o que eu sempre faço. Escrevo incessantemente sobre os fantasmas e as musas que me trazem insonia. Espero não meter os pés pelas mãos e aprender a não agir com o coração. Aguardo não tão pacientemente que uma onda invada a areia e apague o nome que escrevi com tanto afinco e capricho, para um novo recomeço. Porque nada dura para sempre, nem mesmo a chuva de novembro.