9 de dezembro de 2010

A alegria das terças feiras - parte 2

Ouvindo: Hillsong United


Em agosto de 2009 eu escrevi sobre a saudades da camisa do Laranja Mecânica, meu velho mp3 que tocava Semáforo, enquanto eu caminhava tranquilamente pelas ruas do Grajaú. E lá naquele texto eu já havia dito o quanto insuperável é aquele trajeto para mim. Mas, eu me achava incapaz de voltar. Mas o filho pródigo retorna a casa.


Eu havia esquecido como eu era, como eram aquelas sensações, coisas que eu só era capaz de sentir quando pertencia a essa pequena comunidade, quando eu frequentava aquelas ruas, aqueles lugares. Não é só uma igreja, não é só um colégio. São lugares santos com pessoas que se esforçam para dar o melhor de si. Tudo faz a diferença. E eu sempre fiz parte daquilo. Quando eu não me permiti mais estar ali, eu me atrofiei, me impedi de ser tudo o que eu era, tudo mais que eu poderia ter sido. Tão diferente do alguém que eu sou hoje. Cada pessoa tem seu lugar, cada lugar se encaixa em cada personalidade. E ali, naquela pequena igreja, com aquelas crianças no púlpito ministrando o louvor, as mesmas que eu esnobei com minha arrogância na primeira vez que coloquei meus pés lá, achando que aquele lugar não era grande o suficiente para mim e não possuia um verdadeiro ministério de louvor, eu pude descobrir, com outros olhos, que ali era maior do que qualquer outro lugar que eu já tivesse pisado anteriormente. Ali eu tinha meu lugar, minha importância, minha contribuição. Ali eu subi pela primeira vez num púlpito para encarar uma igreja num domingo de manha, para pregar... uma palavra que eu não ouvi. Uma pregação para os jovens... que foi ignorada pelos meu coração, que se deixou seduzir pelo mundo.


Para algumas pessoas eu posso parecer louca. E eu devo ser mesmo. E eu sou mesma. Sou doida para mergulhar de cabeça mais uma vez, para sentir aquelas sensações, para ter a mesma sede, para trabalhar na obra, para ser, acima de qualquer outra coisa, uma pescadora de almas. E não há nada que me deixaria mais feliz nesse mundo, pois é pra isso que estou aqui. E hoje eu posso ver a felicidade. A verdadeira felicidade. E eu sinto a alegria das terças, das quintas, dos domingos... e de todos os outros dias da semana.