23 de abril de 2012

Coisas que nunca direi


Algumas coisas passam pela nossa mente, mas não possuímos coragem de colocá-las para fora. Algumas são apenas embaraçosas demais, outras tem consequências. Suspiro. Continuo a mesma medrosa. Ou não. Nem tudo deve ser dito indisciplinadamente. Certas coisas estarão bem melhor guardadas se continuarem dentro da gente, sem atingir a superfície onde os danos podem ser grandes. Só existir na minha mente não faz dessas coisas reais. E, conforme o tempo passa, elas passam também. Elas sempre passam. Certo. Certo?

Dai rolam aquelas apostas internas que sempre me parecem sinais, mesmo quando não são. Se o Ted tivesse ido para a esquerda e não para a direita ele jamais teria reencontrado a Stella. E isso me faz sair do micro e ir para o macro. A vida é o que fazemos que ela seja. Minhas decisões me levaram para onde estou hoje e se muitas coisas ficaram para trás, mesmo que eu não quisesse que elas ficassem, é porque assim eu fiz ser. Não adianta idealizar como teria sido se eu não tivesse tomado aquela decisão errada, ou aquela outra, ou ainda como seria se as coisas não fossem assim... Ou se não existissem barreiras que impedissem de colocar em prática as coisas loucas que passam pela minha cabeça.

Existem coisas que eu não vou falar, mas é tão bom quando a gente ouve outra pessoa falando exatamente o que eu queria poder dizer. 

21 de abril de 2012

Gerador de Improbabilidade Infinita


"O Gerador de Improbabilidade Infinita é um novo e maravilhoso método de cruzar longas distâncias sem ter que passar pela chatice do hiperespaço. Quando o Gerador de Improbabilidade Infinita alcança improbabilidade infinita, ele passa por todos os pontos do Universo quase que ao mesmo tempo. Resumindo: Você nunca sabe onde vai parar, e nem que espécie vai ser quando chegar.(…) O Gerador de Improbabilidade Infinita foi descoberto durante pesquisas com o Gerador de Improbabilidade Finita, que era usado para quebrar o gelo em festas, fazendo as moléculas da calcinha da anfitriã se deslocarem 30 centímetros para a direita de acordo com a Teoria da Indeterminação. Os cientistas repudiaram isso, em parte porque era uma avacalhação a ciência, mas principalmente, porque eles não eram convidados para essas festas." - O Guia do Mochileiro das Galáxias

Ligaram o Gerador de Improbabilidade Infinita na minha vida. Quem diria... Abro um sorriso. Quem diria que eu conheceria tantas pessoas na faculdade e falaria com elas com tanta facilidade. Lembro-me de tantos ambientes anteriores, incluindo minha faculdade anterior, onde eu tinha apenas duas amigas na minha turma e falava com os veteranos amigos do meu namorado. O Gerador já começou trabalhando me jogando na UFRJ... Que improvável. Eu sequer queria a UFRJ, estava morrendo de amores pela UERJ, por suas disciplinas, por sua proximidade de minha casa e de meu trabalho... Mas eu não sabia que não seria mais uma voluntária este ano, nem que o outro negócio que estava em minhas mãos escaparia por meus dedos... Me senti desolada, mas eu não sabia que era tudo culpa do Gerador. Num segundo me vi sendo chamada pela UFRJ e não acreditei até o dia em que fui fazer minha inscrição em matérias. Como seria se eu tivesse ficado na LEI? Se eu tivesse sido selecionada para o 2º semestre? Não sei, prefiro nem pensar. Gosto de pensar que a imprevisibilidade me levou exatamente para onde eu tinha que estar, na LEJ junto com a LEL.

Boom. Eis que a bomba cai em nossa cabeça. Quem diria, quem diria, ó céus, eu não sabia. Como havia eu de saber? O que me deixou perplexa por dias... passou. Isso também é uma surpresa. Esqueci... como achava que não esqueceria. Mas algo maior que eu e que você ainda brinca e joga na minha frente algo que me faz rir com as coincidências da vida... Espera ai, coincidência? Eu sequer acredito nisso. Por falar em acreditar, acho que possuo um Gerador dentro de mim também. Tudo em mim parece se mover na velocidade da luz, meus pensamentos e meus conceitos, aqueles tão poderosos, se desfazem. É como se me reconstruísse. Isso é bom. Tenho permitido mudanças de conceitos, de ideias. Chamam isso por ai de amadurecimento. Aprendemos lições com as rasteiras da vida... e nos tornamos uma versão melhorada de nós mesmas. Máquinas extraordinárias, como na canção de Fiona Apple.

Eu sorrio de forma boba quando penso em certas pessoas, de uma maneira não romântica. Nada de crushes. É. Não é disso que estou falando. Mas a aproximação de certas pessoas foi uma verdadeira surpresa, porque ninguém previa isso... Mas as pessoas crescem e junto com esse crescimento totalmente individual que forma a pessoa e seu caráter, gostos e ideologias, surge no meio de tudo isso identificação. Laços que começam a se formar depois de anos, laços que parecem ficar mais fortes com o tempo, laços que se mostram resistente as dificuldades de estar juntos, mas que continuam sendo laços e laços que se formaram de maneira tão inesperada. Laços. Sempre me interessei em laços porque sou uma dessas pessoas que gostam de coisas que durem. Gosto de levar as pessoas ao longo da vida.

Por fim quem diria que meus planos dariam certo. Aquela lista de resoluções de fim de ano parece que por mágica está se cumprindo em minha vida conforme os tempos passam. Todos os meus focos tem sido atingidos e eu me sinto imensamente feliz por isso. Posso dizer que há nos eu não sentia tamanha alegria. Lógico que nem tudo são sempre rosas e enquanto algumas coisas boas crescem dentro de nós e alguns laços se criam, também nos afastamos de outras coisas que um dia amamos e que hoje apenas nos trazem estranheza. Mas talvez até isso seja algo positivo. Algumas coisas ainda não se encaixaram, mas se tivessem se encaixado não teria graça. É tão melhor descobrir as coisas aos poucos, uma improbabilidade a cada dia. E a possibilidade infinita de se gerar felicidade.

6 de abril de 2012

Nada foi por acaso...

Suspiro. Isso vai ser difícil.

As vezes eu quero jogar teorias de HIMYM pelo ralo. As vezes quero acreditar naquilo como se fosse minha vida. Nada disso tem, na verdade, a ver com o que eu tenho a dizer. A questão é, será que tenho coragem de dizer tudo o que está aqui dentro?

Não adianta querer viver de passado. Querer mudar coisas que não podem ser mudadas. Viagem no tempo não existe e se existisse, será que valeria a pena? Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo que é difícil dizer se era aquilo que eu realmente queria. Era e não era. Era a coisa certa, na hora errada. Vai entender. Isso não faz o menor sentido. Como eu tenho coragem de dizer que era a hora errada dele estar na minha vida. Qualquer hora deveria ser a certa, não? Não.

Talvez algumas coisas não tenham sido feitas para acontecerem. Não tenho vocação pra ser Penélope, tecer o tapete de dia, e destece-lo a noite... eu preciso dormir em algum momento. Eu consigo esperar, mas sempre tive medo de esperar em vão, esperar uma vida toda por nada. Acho que hoje, e não só hoje, mas como há pouco tempo atrás, esperar por ele seria tão inútil como correr atrás do vento. Se isso em algum momento foi interpretado como sentimento falso, nada posso fazer. Meus sentimentos foram sinceros e eu vivi de acordo com eles no momento em que os senti.

A vida dá volta e as coisas mudam. Hoje eu sou outra pessoa. Cheia de experiências e arrependimentos. Um deles, eu creio, foi o que gerou todo esse post. O tal acontecimento que teria mudado a história da minha vida se eu não o tivesse vivido. Eu teria vivido outra coisa. Teria vivido outra pessoa, alguém por quem meu coração bateu tão forte que dava vontade de sorrir só de pensar. Mas agora não mais. Eu cansei de sonhar pelos cantos, de ouvir canções que me lembram ele o dia inteiro. Por Deus, eu merecia ser feliz e eu corri atrás dessa felicidade. Talvez minhas escolhas tenham sido infelizes, talvez eu tenha sido precipitada, mas eu tinha que fazer algo. Como apostar toda minha felicidade, minhas expectativas num cara que falava sobre outra? Como esperar pacientemente por alguém cujo coração estava tomado por um fantasma do passado? Ele não fechou a porta dele, eu tive de fechar a minha.

Ninguém pode dizer que eu não tentei. Eu tentei quando era certo, quando meu coração clamou por ele. Quando eu o amei, mais do que como um amigo, eu tentei. E fui rejeitada. E durante todo esse tempo eu ainda sonhava. Ainda me atrevia a escrever sobre ele. Ainda tinha a carta. Ah. A carta. Ela continuava lá, rodando pela casa, como uma sombra. Até que um dia eu decidi que ele precisava morrer. E o matei através da carta. Foi duro, mas eu consegui. Ou assim eu pensava.

Como disse meu querido leitor fantasma, eu tinha que mirar bem e acertar um ponto vital. A verdade é que eu não consegui matá-lo de fato, mas apenas o deixei em coma. E lá, ele está. Respirando por aparelhos, meio morto, meio vivo. Eu não o amo. Não, não. Não mais. Mas matar alguém está além de matar o amor. Eu também não tenho esperança. Depois de tudo o que aconteceu, a probabilidade dele desenvolver qualquer tipo de interesse por mim é patética, assim como a probabilidade de eu investir nisso. Cansei de ser masoquista. Qual é o ponto então? Eu não sei.

No fundo, acho que estou confusa. Tudo isso levantou inúmeras questões. Me deixou com um certo receio. Mas esse receio é ridículo e quase chega a desmentir o "paragrafo" anterior, por isso não tocarei nele. Mas, acho que estou apenas frustrada. Queria muito que um dr. Tom (sem piadinhas de duplo sentido) aparecesse agora e me dissesse umas verdades. Principalmente sobre o timing, que foi um dos fails de toda essa história. Lembrei de quando Erica e Ethan se interessaram um pelo outro e ela quis voltar no tempo para conquistá-lo assim que o conheceu, o que não deu certo, já que, naquela época, ele gostava de outra. Para que algo aconteça são necessárias duas pessoas, dois sentimentos. O que antes não funcionaria, porque ele não estava pré disposto, pode funcionar depois, que ele estava. Não sei se estou disposta a fazer necromancia, até porque o objeto de estudo sequer está morto, como já disse antes, ou se algum dia eu voltarei a minha greve de fome, tal como sugere Fiona Apple, mas hoje essa história termina com um ponto final e sem intenção de to be continued.