6 de fevereiro de 2013

Lembrança

Hoje eu me lembrei.

Acordei serelepe ao som de Los Hermanos, cantando com voz de quem acabou de levantar todas as músicas animadinhas que eu há tanto tempo não ouvia e que hoje senti saudade. O repertório foi variando até se estabelecer pelo resto do dia na querida Billie Holiday. 

No meio disso tudo parei no meu primeiro conto de verdade, Filha da Mãe. Numa tentativa de transformá-lo numa versão reduzida para enviar para uma espécie de "concurso", eu me lembrei. Primeiro eu lembrei o quanto eu gostei do resultado final, mesmo vendo coisa e outra que eu poderia mudar. Depois eu lembrei o quanto eu gostei de escrevê-lo e o quanto eu me identifico com a história. Como eu a sinto profundamente, pulsando dentro de mim. Eu me lembrei o quanto eu gosto de escrever e que, as vezes, eu sou boa nisso. 

Então lembrei de todos os momentos que passei fazendo coisa qualquer. Fosse por preguiça, falta de "inspiração" e medo. Medo de colocar uma ideia num papel e não ser boa como parece na minha cabeça. Medo de Filha da Mãe ter sido uma especie de one hit wonder.

Mas reler a história e trabalhar numa edição, da qual eu estava fugindo desde que realmente escrevi a história, me fez perceber que isso não é tão ruim assim. Que revisar é bom. Que escrever é bom. Que deixar que as palavras saiam da ponta dos meus dedos é sempre maravilhoso. Uma das melhores sensações que já senti.

Lembrar, mais uma vez, que eu amo escrever. Lembrar todos os dias abrindo o TCK, dando de cara logo na entrada com uma citação da minha favoritinha Sylvia Plath e com todo esse mar de sentimentos que eu sempre ponho aqui. Essa maneira que eu tenho de expor o que há de mais profundo. Lembrar que eu não devo fugir disso. Nunca mais