22 de março de 2012

Pensamentos abstratos (oh me, oh life)

O último post que eu escrevi foi misteriosamente deletado. Quer dizer, nem chegou a ter chance. Foi escrito num momento de fraqueza, de mimimice, e foi como se o universo dissesse para eu parar com essa palhaçada de reclamar como uma menininha e ir a luta. Or so I thought.

Pra dizer a verdade, há muita coisa a se dizer... mas muitas dessas coisas são aquelas que não devem ser expostas. Quer dizer, até devem, em seu momento e lugar certo, o que não é aqui nem agora. Não vou ficar falando sobre projetos e sonhos e como estou feliz. Não. Falar sobre felicidade no "papel" me cansa. Sempre disse por ai que não gosto de escritas felizes. Quer dizer, até gosto. As vezes. Não agora.

Estava num daqueles dias que pareciam não ter fim, perdida em folhas da faculdade, F5 no facebook, esperando alguma coisa. Alguém? É, pode ser. Também. Esperando uma música, a chuva. A hora de dormir. Pensando sobre quem eu sou, sobre o que quero ser. Sobre mudanças. Mudar as vezes é bom. Se abrir as críticas e se permitir mudar. Mas é tão difícil. Abri o youtube e coloquei a carta de Hank para Karen no episódio In Utero de Californication. Eu amo aquela carta. Eu e Hank Moody somos opostos. Não há nada com que eu me identifique no personagem... a não ser esta carta. Agora. Pela primeira vez eu ouvi a carta como se fosse escrita por mim e não para mim.

Eu tenho essa coisa dentro de mim, que é meio contra tudo o que eu quero. Mas é algo que urge, que me sufoca, e que por muitas vezes não quer se prender. É estranho. Não vou ficar falando sobre meus traumas e problemas - eles são chatos e ninguém quer saber deles - mas a verdade é que eu sou medrosa. E ser medrosa me leva muitas vezes a certos delírios. As vezes me imagino entrando num bar e bebendo até ficar zonza, fumando um cigarro, falando pseudo-intelectualidades com uma pessoa qualquer. As vezes imagino como seria mais feliz se eu fosse menos apegada a tudo. E de certa forma um lado meu é, apenas não consegue colocar em prática. Fica tudo preso na minha cabeça, aprisionado, como a Kyuubi. Meu grande dilema é soltar a Kyuubi ou apenas seguir o meu jeito ninja. Porque eu sempre comparo as coisas com Naruto? Vai entender...

A questão é: eu não tenho feito sentido. Eu sei, leitores fantasmas. Vocês não devem entender. Talvez alguém ai no meio arrisque palpites e provavelmente até acertem. Eu sou tão previsível e simples de ser lida, como pseudo literatura barata. Acho que no fim estou lutando contra mim mesma, contra essa minha dualidade. Tentando achar o equilíbrio no que eu sou, no que eu gostaria de ser, no que eu posso ser. Acho que não aprendi a delimitar isso. Mas, será isso delimitável? Essa palavra sequer existe? Vocês entederam, pelo menos. Ou não. Não importa muito, na verdade.

Quanto mais eu tento entender, menos eu entendo. Quanto mais eu questiono, mais perguntas. Quanto mais eu tento entender o que é literatura, o conceito se torna mais abstrato. Mas eu amo Teoria Literária, ah, sim, eu amo. E isso tem me bastado ultimamente. Ou não. A gente esconde as cartas e sorri e finge que entende. Quando não entendemos. E nem queremos entender.

7 de março de 2012

O Sentido (ou a falta dele)

O sentido (ou a falta dele) vem acompanhando minhas últimas semanas. Talvez eu possa (e deva) estender esse sentido para a viagem de fim de ano. Desde lá, parece que tudo começou a se encaixar de uma maneira que eu não esperava. Eu levei projetos para frente, talvez não com tanto afinco, mas tudo se começa com baby steps. Eu tive a oportunidade de começar o curso de Letras na UFRJ e de me olhar no reflexo de um ponto de ônibus e perceber, no segundo dia de aula, que eu nasci para aquilo. E que tudo acontece em seu determinado tempo. Eu quis ser advogada, jornalista, diplomata. E aqui estou eu, encantada por falar em inglês em sala de aula. Quem me conhece por tempo suficiente sabe que minha paixão pelo idioma é muito grande e existe há uns 10 anos (desde o primeiro cd de Britney Spears, ouso dizer).

A questão é: porque agora? Eu não sei. Mas sei que agora era o momento certo. Talvez com 17 anos eu não teria essa maturidade, talvez eu tivesse que passar por outras coisas. Mas percebi recentemente algo em mim que eu jamais pensei que um dia eu poderia possuir: foco. Sim, foco. Acho que finalmente eu sei o que eu quero. Claro, coisas novas aparecem todos os dias, mas eu finalmente estou entendendo minhas motivações (e a mim mesma). Sim, eu ouso sonhar com futuros distantes, mas ao invés de apenas idealizar futuros perfeitos, eu estou conseguindo enxergar o hoje, que sempre foi tão difícil para mim, e apostar nele. Eu ainda suspiro pelos cantos e penso como eu adoraria estar indo para o Canadá, mas eu sei que esse momento não será agora e eu entendo que eu tenho que aguardar esse tão esperado dia. Assim como todos os delírios de carreira e sonhos que não ouso jogar em palavras, mas que estão sendo construídos aos poucos dentro de mim.

Eu estou feliz. Eu chorei, sofri, me decepcionei, mas olhei adiante. Não é isso que importa? Lembro bem de quando eu dava uma topada com uma pedra no caminho eu esperava morrer pela primeira vez nessa década, como Lady Lazarous, para ressurgir das cinzas. Eu aprendi que a vida não é um poema de Sylvia Plath, não há necessidade de ser tão dramática. Eu estou feliz porque entendi que essas coisas acontecem, mas que elas não devem ditar a nossa jornada.

Estou me permitindo, me lançando, correndo riscos de cair, de terminar aos pedaços e de coração partido. Mas que graça tem a vida de ficarmos sempre com os pés no chão? Metade de mim é céu e metade de mim é terra, como já dizia meu querido Tom Petty. Quero voar sem ajuda de balões e mergulhar em águas profundas. Sinto que há tanta coisa para mim ai que basta eu não tentar abraçar o mundo com as pernas para conseguir chegar nesses lugares em determinado momento.

Hoje eu não tenho complexo de Erica, de Claire, de Celine nem de Boltie. Apesar de sempre ter dentro de mim um pouco de todas elas. Aprendi a aceitar o que é, o que não é e o que não precisa ser. Quebrar conceitos e barreiras. A única coisa que ainda não aprendi é a ler as entrelinhas e o que é meio dito, o que é deixado subentendido ainda me faz querer arrancar meus cabelos em ansiedade.

E o sentido? Bem, este é relativo. Talvez não faça para você, mas essa sensação de paz interior faz todas essas coisas que eu falei serem significativas o suficiente para serem expostas aqui.