26 de junho de 2012

Fim da Greve Pessoal

Essa greve da UFRJ me deixou tão preguiçosa que eu mesma acabei entrando em greve.

Eu que deveria estar escrevendo, um conto um livro, até mesmo uma maldita fanfiction. Eu que devia estar praticando minhas palavras, colocando na forma sua essência, minha essência. Todas essas merdas.

Eu que deveria estar lendo, lendo para poder escrever, lendo para descobrir mundos novos, cenários, gente nova. Para amar, para odiar, para querer ser igual. Ler quadrinhos, ler clássicos, ler guerra. Não ler Jane Austin. Fuck Jane Austin. 

Eu que deveria estar costurando, pintando, fazendo cordões. Eu que deveria estar usando as mãos para coisas mais importantes do que bater os dedos numa tecla - a não ser que seja para escrever algo de útil.

Eu que deveria ir a Lagoa, ir a praia, voltar ao boxe, passear pelo Leblon, pelos museus, pelos cinemas. Sair sozinha, com uma música no ouvido, não só ir de um ponto para o outro, como se fosse um marcador do google maps, mas apenas explorando. "Life's a journey, not a destination" já dizia Aerosmith.

Eu que estou mudando de lado. Eu que estou tão imersa em pensamentos que esqueço das coisas que importam no mundo real. Eu que estou apenas tentando me redescobrir. Eu que lembrei o quão bom é ser rock'n'roll. Eu que redescobri o prazer de me montar para pagar conta no banco. Eu uso xadrez com oncinha, eu gosto de tatuagens, de pop art, de filmes Tarantinescos, de literatura Bukowskiana, de muitos anéis nos dedos, de lenços amarrados na cabeça tipo "we can do it" motivational poster. E eu não dou a mínima para minha má reputação... Não, não, não, não. Não eu. Yeah. 

Eu que quero ser quem eu sou, e não me esconder por trás de batons nude. 

Eu que gasto minha vida nessas linhas. Tanta coisa que eu falo, que eu penso, que eu sinto. E eu não vivo, vivo, VIVO. Onde está a vida, aquilo que faz meu coração bater mais forte? Um soco, um coração partido, uma topada com o dedinho do pé na quina da parede, uma briga, um grito. 

O silencio me incomoda, por isso ouço Joan Jett. E The Smiths, e Depeche Mode, e New Order, e Iggy Pop. Essas músicas me trazem velhas sensações tão engraçadas que sinto vontade de rir. São músicas que não fazem parte da minha história, mas que me lembram lugares e momentos. Coisas daquele tipo de vontade que me dá e que passa com a mesma rapidez.

E eu declaro o fim da greve e faço de mim rainha do offline. Porque estar fora da linha é sempre bom.

Nenhum comentário:

Postar um comentário