12 de outubro de 2010

Mimimi.

 Ouvindo: She And Him

Falar sobre amor é clichê. Não querer falar sobre amor, como foi dito em Apenas o Fim também é clichê. Amor é algo tão extenso, tão cheio de silhuetas, que é complicado falar sobre ele sem deixar tantos detalhes de fora. Mas não estou aqui para decifrar o amor, ou falar de toda sua complexa simplicidade. Só estou precisando sentar na mesa do bar e abrir meu coração para o atencioso garçom, no estilo Reginaldo Rossi.

Quando eu era mais nova eu me apaixonava fácil, ou pelo menos pensava assim. Quando se é imatura é fácil confundir certos sentimentos. Eu sonhava acordada e escrevia no meu caderno o nome de qualquer menino que fizesse meu coração bater mais forte. Alguns anos depois eu percebi - com algumas excessões - que não bastava ele fazer meu coração disparar, mas precisavamos ter os mesmos gostos. Como eu poderia estar com alguém que não gostasse das mesmas músicas, dos mesmos filmes, mesmos tipos de lugares? Jamais fariamos nada juntos! Mas hoje, alguns meses depois de ter feito vinte e dois anos eu vejo um pouco mais a fundo, apesar de não tão fundo de como verei daqui há alguns anos. Não basta ele te fazer sorrir como uma idiota e compartilhar os seus gostos mais bizarros, mas você tem que olhar para frente e ver as mesmas coisas.

Uma amiga minha me disse certa vez que cada um tem suas prioridades na vida. Ela se comparou com sua irmã, que sempre planejou se casar e todos seus planos giraram em torno disso, diferente dos dela, que tem tantos sonhos e planos que, a principio, pretende realizar antes de juntar as escovas de dentes. Eu sempre gostei de parecer independente, principalmente depois que passei a morar sozinha. Eu tinha liberdade! Ouvir musicas nas alturas, esquecer um casaco em cima do sofá por uma semana, dormir a hora que eu quisesse, acordar a qualquer hora, não ter que lidar com as manias e defeitos de alguém todo dia. Mas no fim das contas é eu morro de medo de baratas, e preciso de alguém para matá-las. (Obs: olhando ao redor para ver se acho alguma)

A grande verdade que eu demorei pra admitir é que eu sou uma dessas garotas, que chora assistindo O Casamento do Meu Melhor Amigo e já viu diversos romances baratos escondida, vendo fotos de vestidos de noiva na internet, sonhando com o casamento dos sonhos e em que bairro gostaria de morar e qual nome daria para os filhos. Eu sou mimimi. O que importa não é conseguir um anel ou mudar o relacionamento no Orkut ou no Facebook. Acho triste casar para não ficar sozinha. Mas a questão é achar alguém pra estar do seu lado, compartilhando a vida dele, os problemas, os traumas, durante setenta anos, até que um de vocês se vá. E o outro vá logo em seguida.

Esse é um dos motivos pela qual fiquei tão louca por How I Met Your Mother quando comecei a assistir. Um cara legal que sonhava em encontrar a mulher da vida dele e decide contar aos filhos todo o percurso - inclusive fillers desnecessários - até encontrá-la. Não sei se pra todo chinelo velho existe um pé cansado ou se algumas pessoas simplesmente não vão passar pela vida sem viver essa experiência, mas é sempre importante ter esperança. Não sei como minha vida será daqui há dez anos, mas posso sonhar sobre como eu gostaria que fosse. E isso, por enquanto, é o suficiente.

Um comentário:

  1. Não tem jeito. Todo mundo precisa daquela coisinha bem água com açucar pra se sentir completo, independente como ela encara a vida. Nem q seja apenas pra dizer q viveu aquilo.
    E a esperança é boa enqanto se consegue sonhar,assim como vc falou, se ela é o suficiente então significa que você não viveu uma vida de ilusão.
    Um high five pelo HIMYM e pela nossos sonhos o/\o Bjs!

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