3 de outubro de 2010

Sobre a falta de coragem

 Ouvindo: Engenheiros do Hawaii

Eu sou medrosa. Mas pelo menos sou uma medrosa convicta e sincera, pois eu venho aqui abrir meu coração e falar sem um pingo de vergonha na cara: Eu sou medrosa! Escrever sempre foi minha terapia. Mas a coisa que eu mais odeio sobre meu hábito de escrever, vindo inclusive antes de ter vontade de escrever e não saber exatamente sobre o que falar, é a vontade de escrever sobre uma coisa e não ter coragem.

Escrever é se expor. É ter um lugar para poder colocar todas as coisas que eu não posso dizer. Mas algumas coisas parecem tão erradas, me sinto tão envergonhada de meus sentimentos, me sinto tão rejeitada pelos meus desejos, que sequer consigo falar sobre isso, seja aqui, seja num poema, seja num roteiro de qualquer coisa. É como se todos fossem ver através de mim, transparente como sou.

Ser transparente é dificil quando o preço a se pagar por essa transparencia pode ser muito alto, quando a humilhação pode ser mortal. Quando a gente está cansada de sofrer e mascaramos nossos sentimentos reais em um monte de abobrinhas. Quando começamos a tomar atitudes idiotas que nos faz termos vergonha alheia de nós mesmos.

Mas eu sou assim. Medrosa e sempre agindo como uma tola, uma típica personagem loser de filme adolescente que é apaixonada pelo bonitão da escola e sempre gagueja ou tropeça diante dele. Mas eu não sou mais adolescente e muito menos apaixonada pelo bonitão da escola. Ainda assim, entra ano e passa ano, eu continuo me sentindo assim. Complexo de Malandragem. "Quem sabe eu ainda sou uma garotinha...".

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