21 de janeiro de 2013

A arte de crescer

Se tem uma coisa que aprendi recentemente é que crescer significa passar por crises. E, oh boy, tenho passado por muitas, de todos os tipos. O post passado foi exatamente isso, a crise do crescimento. Muitas coisas vieram da última postagem. Creio que muita coisa vem de qualquer coisa que eu pense - quer eu tenha exposto ou não esse pensamento. Vejo a crise como algo bom, a gente amadurece. Seja crise financeira, crise com amigos, crise amorosa, crise familiar, crise interna. Crises. Crises.

Pequenas coisas me fazem perceber o quanto eu cresci. Aquelas pequenas coisas do dia a dia que se tornaram habituais. Isso também é crescer. Crescer é fazer todas as coisas chatas. Crescer é chegar em casa sem ter almoço pronto na mesa e não se contentar com um miojo ou uma lasanha Sadia. Crescer é chegar 14 horas em casa, passar no mercado, fazer almoço e almoçar as 16 horas. Com fome. Muita fome. Mas a vida é assim. Aula até 12:45, o 485 que nunca passa e, eventualmente, o trânsito. Acontece.

Crescer também é se confrontar, mas perceber que certos confrontos não chegam a lugar algum. É conhecer seus limites... e suas responsabilidades. É perceber que não adianta querer mudar o passado. Ele está lá, imutável, olhando para você, te provocando. Todo tempo que você perdeu. Tudo o que você não conquistou até aqui. 25 anos. Sem diploma, sem emprego, sem anel no dedo esquerdo. A vida parecia tão diferente aos 12 anos. Querer tudo ao mesmo tempo também não dá certo. 50 anos em 5, só mesmo com JK. Apressado come cru, como já diziam por ai. Entretanto, nada como um sushi, então isso nem deve ser tão ruim assim. As vezes.

A verdade é que crescer é perceber tudo isso e parar. 

Respira. Expira.

Pronto.

O "que passou não volta" deixa de ser uma lamentação para ser apenas a realidade. Atropelar meus afazeres, querer correr atrás do relógio, não vai aproximar minhas metas de mim, ao contrário, vai apenas afasta-las com minha afobação e falta de organização.

A próxima meta é os 30. É. Até lá já estarei graduada, quem sabe já cursando o mestrado, morando lá fora, com um anel no dedo, com meu primeiro romance terminado, tendo lido todos os livros que eu tenho para ler esse ano, levando comigo as amizades que fiz até então. Espera-se que até lá esteja ainda mais tatuada, mais alternativa, mais vermelha, sangrando eu, me descobrindo e redescobrindo mais todos os dias. Quem sabe saberei francês, bateria e dirigir. Talvez estarei dando a festa de um ano do pequeno Anakin com temática de Star Wars.

Mas estarei lá, crescendo, amadurecendo, aprendendo, tropeçando e seguindo em frente. 

Um comentário:

  1. Não é só quando está no fundo - como já disse a mim tantas vezes - que escreve. Esse texto foi bom. Checkpoint da vida. Marque-o e releia-o daqui a uns anos.

    Faz bem.

    Bom saber que sabe virar páginas.

    Cuide-se, srta.

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